sábado, 12 de fevereiro de 2011

POEMA



CIRCUNSTÂNCIAS

Vês a aparente necessidade de todas as coisas?
Aceite-as em sua fragilidade essencial.

Acolhimento e recusa aguardam incautos andarilhos.

Vês a perplexidade de todos os fatos?
Aceite-os em sua precária alegria de ser.

Resignação e esquecimento aguardam altivos andarilhos.

Acaso reclamas os despojos de tua derrota?
Soma de nulidades!

Todas as circunstâncias são inelutáveis.

POEMA




NO ÚLTIMO JULGAMENTO

Somente o amor e suas consolações. A minúcia das horas, o amparo dos dias. Em cada gesto, tributo ao tempo. Mãos que se unem em presença vivida. Lívido, incólume olhar sobre o definitivo. As insinuações de outrora rememoradas em resignação, os equívocos destituídos de significação. No último julgamento não se prescinde da culpa. Uma rosa fenece sobre o estio. Para a consumação de todas as esperanças.

POEMA

(Turner)


O IRREMEDIÁVEL

Porque agora atravessamos o horizonte fixo do silêncio. Como outrora a luz ilumina a esperança de certezas rudimentares. Cálido é o amor, simples como a água dos cântaros. Saciamos a sede do afeto remido. Do amparo exímio. Isentos da solidão sedimentada, da graça exclusa, de alguma forma antecipamos a recompensa de ser. A lucidez de persistir ante o irremediável, de acreditar ante a perda do que nunca possuímos derradeiramente. Caminhamos sobre o infinito de nossos passos.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

The most!

Não quero mais esse céu,
Essa Terra, esses modos...
Quero tudo renovado;
Quero o instante do infinito!

Não quero mais esse nada
Ao que chamam tudo. Oh! Nojo...

Quero O que ainda não vi,
Mas já senti a presença.

Não quero o medo que as gentes
Inda sorvem qual delícia.

Quero a carícia do vento
Noutro tempo...
Eu quero é muito!

Ronaldo Rhusso